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domingo, 27 de abril de 2014

LÔ BORGES CONVIDA MILTON NASCIMENTO - REPOST A PEDIDO - EXCLUSIVIDADE CANTO SAGRADO

MILTON NASCIMENTO E LÔ BORGES AO VIVO EM RECIFE PARTE I E II 


Nada daquela banda obscura de um país distante. Nem adolescentes hypados pela mídia ou descobertos pela internet. A atração mais inusitada do Festival No Ar: Coquetel Molotov 2009 é velha conhecida dos brasileiros.

Milton Nascimento e Lô Borges enceraram a programação, no Teatro Guararapes. Eles vêm à cidade com um projeto que revisita as canções do Clube da Esquina, projeto dos anos 70 que rendeu dois álbuns antológicos e cujos desdobramentos mal poderiam os criadores imaginar.

É de supor que o Coquetel Molotov, até pouco tempo rotulado como evento indie, ao convidar ícones da MPB e migrando para o Centro de Convenções, queira diversificar seu público e com isso consolidar uma imagem mais madura. Outro viés é a admiração que o Clube da Esquina, projeto surgido na adversidade política da ditadura, desperta nos jovens ligados à nova música independente. Em qualquer caso, é para celebrar que Milton e Lô, que quase nunca se encontram, voltem a pisar no mesmo palco.

Lô Borges convida Milton Nascimento traz 20 canções novas e antigas e foi apresentado somente em São Paulo, no início do ano. O show funciona assim: na primeira metade, Lô canta, acompanhado por sua banda, músicas próprias, do início de carreira, e dos três últimos álbuns . Quando Milton entra em cena (com dois de seus músicos), é hora de canções como Trem azul, Girassol, Nada será como antes, Cais e Para Lennon e McCartney. Entre uma e outra, há intervalos de prosa entre compadres. Algumas terão arranjos diferentes dos originais, e o destaque é CAIS que ficou com um arranjo totalmente de rock progressivo, um dos melhores arranjos para essa canção.
"A divisão maior era entre eu e ele. E Lô é o que eu sempre gostei mais", diz Milton, em entrevista ao Diario. "Reviver isso agora é algo muito feliz. É algo forte porque nossa amizade musical nunca diminuiu, mas quando chegamos no palco foi forte. Tenho certeza que o show do Recife será especial".

"O normal seria Milton convida Lô Borges, pois sei bem distinguir o meu tamanho e o dele", diz Borges, por telefone. Ele explica que o conceito do show foi ideia do Museu Clube da Esquina, instituição virtual dedicada a recuperar a memória do projeto. "Fiquei muito satisfeito, pois Milton é meu padrinho musical, foi o primeiro a gravar minhas músicas. Ele já era um artista conhecido, quando me encontrou nas ruas de Santa Tereza, em Belo Horizonte e convenceu a gravadora a lançar um disco com um desconhecido. Ali começou minha carreira, eu tinha 17 anos".

Dependendo dos convites, os shows podem continuar. No entanto, a possibilidade de um terceiro volume do projeto está descartada. "O Clube da Esquina 3 já existe e se chama Angelus (álbum de Milton lançado em 1993). Ele começou em uma fazenda em Minas Gerais na cidade de  Esmeraldas. Armamos um estúdio no curral, onde no fim da tarde precisava parar a gravação para tirar leite da vaca. E ele foi acabar em Nova York, com vários músicos brasileiros e americanos do jazz e pop, entre eles Peter Gabriel", diz Milton.

Ele diz que o Clube da Esquina repercute até hoje e isso tem rendido visibilidade não só para ele, mas para músicos como Toninho Horta, Flávio Venturini e Beto Guedes. "Foi algo muito feliz, abriu caminho, inclusive lá fora. Há 5 anos, graças à remasterização feita por João Marcelo Bôscoli, outros países descobriram o Clube da Esquina. Mas ele não era um clube, como as pessoas de fora pensam. Até hoje tem gente que vem para Minas e pergunta onde fica o Clube da Esquina".

(Diario de Pernambuco, 13/09/09)

MAGNIFICO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! DESTAQUE PARA "CAIS' NUMA BATIDA PROGRESSIVA A LA MINAS GERAIS!
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PARTE II
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sexta-feira, 25 de abril de 2014

GRUPO AMARANTO - QUARTO AZUL

1. Azul Grená
(Tiago Godoy / Marina Ferraz)
2. Se não vem, se não for
(Tiago Godoy / Marina Ferraz)
3. Canção pra você
(Marina Ferraz)
4. Quarto Azul
(Tiago Godoy / Marina Ferraz)
5. Canção
(Édil Guedes / Flávia Ferraz / Júlio F. de Oliveira)
6. Pra guiar nosso amor
(Marina Ferraz)
7. Wind rose
(Édil Guedes / Flávia Ferraz / Rodrigo Guedes)
8. De histórias do tempo da canção
(Tiago Godoy / Édil Guedes) 9. Tempo de um sonhador
(Marina Ferraz)
10. Vento de verão
(Édil Guedes)
11. Vicente
(Marina Ferraz)
12. Clara
(Marina Ferraz)
13. Amor de pai
(Tiago Godoy / Marina Ferraz)
14. Um dia depois
(Marina Ferraz)

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CANTO SAGRADO

quarta-feira, 23 de abril de 2014

GRUPO AMARANTO - RETRATO DA VIDA - 2000

O Canto Refinado do Trio Amaranto.




As irmãs Flávia, Lúcia e Marina Ferraz trazem o entrosamento de casa. Sempre cantando e tocando juntas, realizam um trabalho vocal extremamente apurado, além de serem instrumentistas (violão, flauta e piano) com sólida formação acadêmica, seja na Universidade Federal de Minas Gerais, seja na conceituada Fundação de Educação Artística.

Com criatividade e inteligência, o grupo elabora seus próprios arranjos, demonstrando que domina amplamente seus recursos musicais. Exploram-se, com elegância e bom gosto, elementos como cânones, contracantos, uníssonos e trios, e os cuidados precisos com a instrumentação são também notáveis. Tais qualidades têm recebido aplausos calorosos da crítica mais inteligente – nomes como Mauro Dias, João Paulo Cunha e José Domingos Raffaelli –, além de encontrar forte reconhecimento no meio musical e já ter formado um público considerável e fiel. Em março de 2000, o Amaranto lançou, em Belo Horizonte, o seu primeiro CD. “Retrato da Vida”, que apresenta canções de Djavan, interpretadas pelo grupo e um variado conjunto instrumental. O disco teve direção musical de Geraldo Vianna e arranjos do grupo e de Guilherme Paoliello, e foi responsável pelo reconhecimento do Amaranto como uma das grandes novidades da cena musical brasileira.


Ainda em 2000, no Prêmio Visa Edição Compositores, em São Paulo, o Amaranto representou, juntamente com a cantora Marina Machado, a obra do compositor mineiro Flávio Henrique. O show “Aos Olhos de Guignard”, resultado da parceria com Flávio e Marina, realizado em Belo Horizonte, foi gravado e deu origem ao aclamado CD homônimo, lançado em abril de 2001, com um show recorde de público no Museu Histórico Abílio Barreto (BH). Em 2002, o Amaranto foi agraciado, pela terceira vez consecutiva, com o título de Melhor Grupo Vocal de Minas Gerais, pelo Troféu Pró-Música (1999, 2000 e 2001).

No ano de 2003, o Amaranto lançou “Brasilêro”, seu terceiro CD – dirigido por Rodolfo Stroeter -, e contando com uma equipe de renomados instrumentistas, essencialmente com canções inéditas de compositores consagrados e de novos nomes da nossa música popular brasileira.

O show de lançamento de “Brasilêro”, realizado em agosto de 2003, lotou o Grande Teatro do Palácio das Artes (quase 1700 pessoas), em Belo Horizonte. Em março de 2004, em novo show realizado naquele teatro, marcando a abertura da turnê de lançamento do disco, o Amaranto superou o resultado anterior, tendo os ingressos esgotados antes da hora do espetáculo. Em turnê, o CD “Brasilêro” foi lançado com sucesso em nove cidades do interior de Minas e no Rio de Janeiro, em show no Mistura Fina.

Em 2005, o Amaranto foi selecionado pelo projeto Rumos, do Itáu Cultural. Como prêmio, seu trabalho integra o CD "O Brasil em 9 CD's" e faz parte de uma coletânea de DVD's de shows gravados no auditório do Itaú Cultural.

Em 2006, o Amaranto realizou um antigo projeto: a gravação e o lançamento do CD “Três Pontes”, seu primeiro trabalho dedicado ao público infantil, dirigido por Rodolfo Stroeter.

O ano de 2008 foi marcado pela turnê do disco Três Pontes pelo interior de Minas e pela primeira apresentação do Amaranto fora do Brasil (Washington e Nova York, em setembro). Em 2009, o trio lançou o CD “Três Estações”, uma homenagem a Dorival Caymmi, gravado ao vivo em parceria com Geraldo Vianna e Fernando Brant.

Em 2010, o Amaranto relançou seu primeiro CD, comemorando seus dez anos de lançamento.
Em maio de 2011, lançou, em Belo Horizonte, o CD “Quarto Azul” e vem levando este novo trabalho a outras cidades do Brasil e do mundo.
Em julho de 2012, estreou, com grande sucesso e ingressos esgotados, o espetáculo cênico-musical dedicado ao público infantil, “A Menina dos Olhos Virados”. Existe um projeto de gravação de DVD deste espetáculo, em 2013.

Eis o Amaranto. Um trabalho consistente em que a orientação é a boa música. 
Mais informações no site: www.amaranto.com.br
 
RETRATO DA VIDA  - 2000


Músicas

01 AGUA DE LUA
02 NUVEM NEGRA
03 VIOLEIROS
04 ALIAS
05 MAL DE MIM
06 A ROTA DO INDIVIDUO
08 FALTANDO UM PEDACO
09 PEDRO BRASIL
10 SECA
11 NEM UM DIA
12 CURUMIM 
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segunda-feira, 21 de abril de 2014

FRANCISCO MARIO - DISCOGRAFIA


download discografia francisco mário
O compositor e violonista Francisco Mário nasceu no dia 22 de agosto de 1948 em Belo Horizonte – Minas Gerais. Filho de Henrique José de Souza e Maria da Conceição, a Dona Maria, que ficou conhecida através das cartas do Henfil no “Pasquim” e na “Isto É”. Tinha sete irmãos: Betinho, Henfil, Glorinha, Filó, Wanda, Tanda e Ziláh. Chico Mário, como era carinhosamente chamado, estudou violão, economia, pós-graduação em engenharia de sistemas na COPPE, foi jornalista no Estado de São Paulo e crítico musical na revista “Realidade”.
Desde cinco anos de idade, Chico mostrava interesse musical tocando bongô, atabaque e violão, contando com o incentivo de seu irmão Betinho, que se reunia com sua turma e ouvia Bach, Tchaikovski, Chopin. Outra grande responsável pela sua formação musical foi a hemofilia, doença que obrigava a ficar deitado tocando horas e horas o violão. O Tio Geraldo foi de Bocaiúva, norte de Minas Gerais, para Belo Horizonte e ensinou Chico Mário a tocar viola.
 
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LÔ BORGES - FEIRA MODERNA - 2001 - EXCLUSIVIDADE CANTO SAGRADO

Minas Gerais
Diogo Nicolas M. Teixeira

Sob céus mineiros, onde o sol derrama sombras pelas alterosas.
História lavada em sangue e honra de um povo sábio e heroico.
Cidades que se opõe ao firmamento, exaltando sua glória.
Vales de sagacidade sem fim.
As cercam e reúnem,
aqueles que, sob sua influência,
sabem o valor do silêncio,
e conhecem a .
Sons e cheiros do ,
sedutores e inebriantes.
Noites estreladas e calmas,
e um belo olhar no horizonte.
De tantos caminhos e , quase toco as nuvens.
Em um mirante, sempre sinto a força do .
Uma paisagem qualquer sempre trás doces lembranças.
Nas florestas um caminho, uma senda.
Testemunhamos a bem na .
Onde as raízes se misturam ao Minério de ,
e outros tão preciosos metais.
Foi nesta de ,
em que me apaixonei por Minas Gerais.
Feira Moderna (2001)

“Feira Moderna” (2001) é uma coletânea com regravações de alguns de seus maiores sucessos. Com exceção da faixa-título, que foi a primeira gravação de Lô para a parceria sua com Beto Guedes e Fernando Brant, motivado após ouvir a versão acústica dos Paralamas. As participações especiais deste disco vão de Edgard Scandurra – um velho fã da música de Lô – a Samuel Rosa. Um disco para antigos fãs relembrarem e novos terem seu primeiro contato com a música de um gênio sempre precoce chamado carinhosamente de Lô.

Faixas:
01 - Feira moderna (Beto Guedes - Lô Borges - Fernando Brant)
02 - Trem de doido (Márcio Borges - Lô Borges)
03 - Fé cega, faca amolada (Milton Nascimento - Ronaldo Bastos)
04 - Equatorial (Márcio Borges - Beto Guedes - Lô Borges)
05 - A página do relâmpago elétrico (Beto Guedes - Ronaldo Bastos)
06 - Um girassol da cor do seu cabelo (Márcio Borges - Lô Borges)
07 - Nuvem cigana (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
08 - O trem azul (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
09 - Vento de maio (Telo Borges - Márcio Borges)
10 - Para Lennon & McCartney (Márcio Borges - Lô Borges - Fernando Brant)
11 - Clube da esquina nº 2 (Márcio Borges - Lô Borges - Milton Nascimento)
12 - Paisagem da janela (Lô Borges - Fernando Brant)
13 - Ela (Márcio Borges - Lô Borges)
14 - Sonho real (Lô Borges - Ronaldo Bastos)
15 - Tudo que você podia ser (Márcio Borges - Lô Borges)
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cantosagrado

segunda-feira, 14 de abril de 2014

MESTRE ZE COCO DO RIACHÃO - DISCOGRAFIA

ESTE SIM, TEMOS QUE TIRAR O CHAPÉU E BATER PALMAS PARA ELE...!!!!!!!!!!

Zé Coco do Riachão


Biografia (1912-1998)

José dos Reis Barbosa dos Santos

1912 Brasília de Minas, MG13/9/1998 Montes Claros, MG

Instrumentista. Compositor. Acordeonista. Fabricante de rabecas e viola caipira .

Criado na localidade de Riachão, onde nasceu, às margens do rio que leva o mesmo nome, na confluência dos municípios de Mirabela e Brasília de Minas, no Vale do São Francisco. O pai era fazedor e tocador de violas. No momento de seu nascimento, passava uma folia-de-reis e ele foi consagrado pela mãe aos santos Reis; por isso "dos Reis" registrado em cartório. Zé Coco deixava claro sua devoção aos Santos Reis, e sempre se apresentava como José Reis Barbosa dos Santos.

Ouvindo seu pai tocar desde que nasceu, aos 8 anos, já tocava viola que ele mesmo ia aprendendo a fazer. Foi marceneiro, carpinteiro, ferreiro, sapateiro, fazedor de cancelas, de engenho, de carro de boi, curral de tira, roda de rolar mandioca, mas o que o tornou conhecido, inclusive internacionalmente, foi a excelência dos instrumentos que fabricava e tocava: viola, violão, cavaquinho e rebeca. Aos vinte anos, assumiu a pequena fábrica de instrumentos de seu pai.

Iniciou a vida artística acompanhando seus pais nas folias-de-reis. A carreira em discos começou em1980 através do violeiro, compositor e produtor cultural Teo Azevedo, que lhe deu o apelido de Riachão. Foi o jornalista Carlos Felipe que conseguiu patrocínio para lançar os dois primeiros discos de Zé Coco: "Brasil puro" e "Zé Coco do Riachão".

No lançamento de "Brasil puro" a crítica foi unânime em considerar que o trabalho do violeiro era um verdadeiro achado como expressão da nossa cultura popular. José Ramos Tinhorão considerou o trabalho como o melhor do ano na categoria autenticidade. O conhecido crítico dedicou-lhe calorosa crítica no Jornal do Brasil, na qual dizia: "Artista do povo da maior importância Zé Coco tem uma técnica de execução à viola tão desenvolvida que lhe permite tocar certas peças fazendo solo e acompanhamento ao mesmo tempo, e seus talentos são tantos que em uma das faixas do disco - a intitulada "Guaiano em oitava"- ele aparece não apenas na viola solo e fazendo a viola base, mas ainda tocando rabeca, caixa de folia e pandeiro". Daquele disco destacou-se a música "No terreiro da fazenda".

O segundo disco também chamou a atenção dos violeiros e dos críticos para seu estilo próprio, de solar e acompanhar ao mesmo tempo. O terceiro disco "Vôo das garças" saiu seis anos depois, através do projeto Trem da História. O título foi em homenagem a São Pedro das Garças, onde Zé Coco viveu durante vinte anos, e foi editado posteriormente em CD, com acréscimo de três músicas inéditas: "Moda pra João de Irene", "Amanhecendo" e "Minha viola e eu".

No ano em que veio a falecer, Zé Coco fez show no Sesc-Pompéia em São Paulo, durante o lançamento do CD "Violeiros do Brasil", do qual participou com uma faixa.

Em 1986, o violeiro participou do vídeo "Viola caipira", produzido pela UnB - Universidade Nacional de Brasília, ao lado dos violeiros Paulo Freire e Roberto Corrêa. Calangos, valseados, dobrados deram o tom do repertório do artista que foi, segundo a crítica, um dos maiores representantes da tradição da viola. Homem do povo, de poucas palavras, Zé Coco expressou a possibilidade da união do popular ao erudito, sem que um ou outro estilo perdesse suas características básicas. Autodidata, deixou discípulos espalhados em várias partes do país, especialmente em Minas Gerais, São Paulo e Goiás, onde a viola faz escola. Entre essa nova geração de violeiros e rabequeiros, estão Marimbondo Chapéu, Sinval de Gameleira, Paulo Freire, Roberto Corrêa e Chico Lobo. Artesão de sons, ele viveu 68 anos praticamente no anonimato, ocupado do ofício de construir e consertar instrumentos, além de animar bailes, compor melodias, muitas das quais se perderam por falta de registro. Não sabia ler nem escrever, e toda a habilidade desenvolvida com os instrumentos veio do convívio com eles sem nenhum estudo formal.

Afirmava que a única ajuda que recebeu foi através de uma "simpatia" tradicional entre os violeiros do Vale do São Francisco: pegar uma cobra e passar entre os dedos. O resultado é a facilidade que o violeiro terá em tocar seu instrumento. O músico tocou em mais de 50 folias-de-reis, sua paixão, onde aprendeu a ouvir os sons que se escondem em cada pedaço de folha, em cada centímetro do chão de Minas Gerais, como ele afirmava.

Na Alemanha, a partir de um filme com Téo Azevedo sobre cantigas de vaqueiro produzido por Dr. Ralf do 1º Canal de Baden Baden, foi afirmado que Zé Coco do Riachão seria o "Beethoven do sertão".

Em 2003, "Amanhecendo no sertão" e "Folia de Reis do Alto do Baeta",de sua autoria, faixas de seu 1º CD foi incluída no CD Violeiros do Brasil. O CD foi um projeto da gravadora Revivendo que reuniu importantes artistas da viola caipira de diversas regiões do Brasil, entre os quais, Almir Sater, Adelmo Arcoverde,Zé Gomes, Renato Correa, , Paulo Freire, Ivan Vilela, Pereira da Viola, Josias Dos Santos, Angelino de Oliveira, Renato Andrade, Tavinho Moura, Heitor Villa-lobos e Zé Mulato e Cassiano.A capa do CD apresenta o trabalho fotográfico de Angélica Del Nery no Urucuia, sertão de Minas Gerais, importante cenário da viola caipira e da obra de Guimarães Rosa. A produtora Myriam Taubkin idealizou o projeto. A gravação do disco foi sugerida pelo músico e produtor Benjamim Taubkin.

Obra:

* Alto Belo
* Alvoradinha
* Amanhecendo no sertão
* Bate barriga
* Canela de Arubu
* Cantador Izidoro
* Carro de boi
* Cipó de macaco
* Dança das cobras
* Desafio
* Dia dos pais
* Dobrado pra João Fumim
* Forró do Zé
* Guaiano em oitava
* Homenagem a São Pedro
* Ilana
* Inhuma
* Limpa banco
* Luduvina
* Lundu Jaca
* Lundu sapateado
* Minha viola e eu
* Moda pra João de Irene
* Não me deixe só
* No terreiro da fazenda
* O toque do capeta
* Papagaio
* Ping pong
* Quatro partes
* Rala bucho
* Sapateio no lundu
* Saudade de Mirabela
* Saudades do riachão
* Saudades dos netos
* Thiago, cadê Ilana
* Toada de Guaiano
* Todo mundo
* Vôo das Garças
* Zé Coco no calango

Discografia:

* (2003) Violeiros do Brasil • Revivendo • CD
* (1997) Vôo das Garças • Lapa Cia de Ação Cultural • CD
* (1987) Vôo das Garças • Rima • LP
* (1981) Zé Coco do Riachão • Rodeio/WEA • LP
* (1980) Brasil puro • Rodeio/WEA • LP


Zé Côco do Riachão (1912 - 1998) - Voo das Garças

Duas informações sobre este disco, a notícia boa é que esse foi com certeza o melhor dos discos do Riachão e o que ele mais se sentiu à vontade de fazer, pois o disco foi produzido sem o dedo de gravadora, foi totalmente independente, e as músicas maravilhosamente bem interpretadas.

A notícia ruim é que ente foi o 3º e último que Zé Cocô produziu, pois 11 anos depois da gravação do disco, ele veio a falecer em completa pobreza e a venda dos discos não o ajudaram.

Então esse disco para mim é a memória de sem dúvidas, um dos maiores intérpretes da música caipira que ja apareceu. Aproveitem a discografia completa dele, pois todos os discos estão disponíveis no blog. ____________________________________________________________________________

Zé Côco do Riachão (1912 - 1998) - Zé Côco do Riachão

Zé Côco do Riachão (1912 - 1998) - Brasil Puro

Nasce em 1912, na cidade de Brasília de Minas - MG, o violeiro, rabequeiro, acordeoniste e luthier José dos Reis Barbosa dos Santos.

No momento em que nasceu, estava passando perto da casa uma folia-de-reis, o que fez sua mãe o consagrar a santo Reis (Por isso o nome "dos Reis" foi registrado no cartório), em que Zé Côco nunca negou sua devoção.

Aprendeu a tocar viola caipira e rabeca sozinho (e também a faze-los), aos quais dedicou sua vida. Seguia sempre seus pais nas folias-de-reis, o que fortificou mais suas raízes caipiras.

Seu primeiro disco, que no caso é esse que venho postar a vocês, foi produzido em 1980 com a ajuda do violeiro Teo Azevedo e o jornalista Carlos Felipe foi quem arranjou o patrocínio para a gravação.

A crítica em relação ao disco foi unânime, pois se trata de uma musicalidade autêntica, original e bastante raíz. Não discordo de nada, pois realmente é um CD memorável, que vale bastante a pena de ser baixado, esse é apenas o primeiro dos disco, pois tem mais dois, então, baixem e aguardem pelos outros!
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Brasil Puro (1980)
  1. Todo Mundo
  2. No Terreiro da Fazenda
  3. O Toque do Capeta
  4. Saudades do Riachão
  5. Inhuma
  6. Guaiano em Oitava
  7. Luduvina
  8. Cantodor Izidoro
  9. Ilana
  10. Quatro Paredes
  11. Zé Cocô no Calango
  12. Alto Belo
  13. Calix Bento
Zé Côco do Riachão - Rabeca e Viola Caipira
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CANTO SAGRADO

MUSICA DE MINAS - 1981 - VARIOS

Música de Minas



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Musica de Minas (1981)
  1. Tempos de Viola - Renato Andrade
  2. Domine Jesu - Madrigal renascentista (Manoel Dias de Oliveira)
  3. Valsinha Extremosa - Odette Ernest Dias (Maria Setembrina)
  4. Antonio Dó - Babaia (Tavinho Moura e Murilo Antunes)
  5. Toada nr 7 - Berenice Menegale (Fructuoso Vianna)
  6. Sarapalha - Renato Andrade
  7. Azedo e Mascavo - Celso Adolfo
  8. Rio Araguaia - Mambembe (Ricardo Faria e Toninho Camargos)
  9. Trio - Trio Haydn (Eduardo José Guimarães Álvares)
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Harry Crowl, importante compositor e musicólogo fez questão nos dá informações sobre este LP até então misterioso. Acho importante publicar o que ele disse.
"Esse disco foi feito por iniciativa da Berenice Menegale e da Odette Ernest Dias, em 1981. Me lembro que, na época, andava muito lá pela Fundação de Educação Artística, em Belo Horizonte, e uma empresa mineira de grande liberou uma verba para se fazer um disco que fosse uma amostra de toda a música mineira, popular e erudita. Essa gravações foram feitas a toque de caixa, porém com algumas obras que tinham acabado de ser escritas. O Trio, do Eduardo Guimarães Álvares, foi escrito especialmente para o disco. A Valsa Extremosa, de Maria Setembrina, tinha sido descoberta pela Odette, no Festival de Inverno de Diamantina, naquele ano. Renato Andrade estava no auge da fama (tinha inclusive recebido uma homenagem no mesmo Festival de Inverno de Diamantina)e os demais, dominavam a cena musical popular de BH da época. Infelizmente, como era muito comum até bem pouco tempo atrás, esse disco era apenas promocional e foi distribuído e não vendido. Por sorte e talvez por ter acompanhado parte da gravação, ganhei um exemplar.

Harry Crowl
Compositor e Musicólogo
Curitiba, PR"

domingo, 13 de abril de 2014

Uakti Beatles (2012) – Uakti

uakti e os beatles 1
1.Mother Nature’s Son
2.Get Back
3.A Day in the Life
4.With a Little Help From My Friends
5.Lucy in the Sky with Diamonds
6.Julia
7.Come Together
8.Here Comes the Sun
9.Dig a Pony
10.Across the Universe
11.For No One
12.She’s Leaving Home
13.Eleanor Rigby
14.Golden Slumbers
15.Ob-La-Di, Ob-La-Da
16.Something

Em 2013, o grupo completou 35 anos de estrada. Desde 1978 eles desenvolvem um trabalho singular ligado à música instrumental e à pesquisa de novas sonoridades, que incluem desde a concepção de novos instrumentos, sua construção, o desenvolvimento de técnicas para a execução, sua aplicabilidade dentro do universo da composição e o trabalho em conjunto visando a performance e gravações.
O mais recente trabalho da banda é Uakti Beatles, disco lançado no final de 2012. É uma tradução dos Beatles a partir de tudos de PVC, cabaças, marimbas,  apitos e diversos materiais inusitados. E, pela primeira vez, o grupo usa, o piano solo para conduzir uma melodia, de “Come Together” e a guitarra numa gravação, num solo em “Get Back”. Músicas dos Beatles com o jeito inimitável e original do Uakti.
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CANTO SAGRADO

terça-feira, 8 de abril de 2014

Tino Gomes - Catopezera Brasilis (2008)

Tino Gomes é mineiro de Montes Claros e traz na sua bagagem 40 anos de trabalho pela cultura do povo de Minas e do Brasil.Foi fundador e membro do lendário Grupo Raízes na década de 70. Um dos artistas mais completos de Minas é ator, humorista, apresentador de TV, escritor infantil, compositor e cantor com 13 discos gravados. Na TV, apresentou em BH o irreverente “Brechó do Troca-Troca” e o “Programa Clandestino”. Na TV Globo, fez participações em “Caminho das Índias”, “Malhação” e na minissérie “A Cura”. Na TV Alterosa, participou do programa "TV Verdade” e, na Band, atuou como humorista, no programa GolaSô. No cinema, atuou no filme “Matraga - A hora e a vez” do diretor Vinícius Coimbra, ainda inédito. Seu mais recente trabalho em cinema é o personagem Ariovaldo, do filme “Meu Pé de Laranja Lima”, clássico de José Mauro de Vasconcelos. Em 2009 estreou, no RJ o musical “Um lugar chamado recanto”, de Fred Mayrink onde, além de atuar, foi o responsável pelas oficinas de tambor para a preparação dos atores.

“A música de Tino Gomes é alegria pura. É divertida e irreverente, do jeito que ele é.
Homem de Minas com olhos atentos para o mundo, mistura a tradição dos catopês, que desde pequeno ouve em sua Montes Claros, com os sons que apreende em sua longa vida de artista. 'Catopezera Brasilis' é uma mistura sonora cheia de malícia, ternura e prazer.”

Fernando Brant

 

1. EU FUI PARA A BAHIA (Alexandre Az-Marcello Dinis-Sérgio Misan)
2.. PODE TUDO ACABAR (Tino Gomes- Alexandre Az)

3. PANDEIRO DELA (Tino Gomes- Alexandre Az) 
4. MINAS COM BAHIA (Chico Amaral)
5. LOURA E MORENA (Tino Gomes)
6. MENINA MINEIRA (Mauricio Tizumba)
7. ZABELEZA (Tino Gomes- Paulo Oliveira)
8. CATOPEZERA BRASILIS (Tino Gomes)
9. SIDERAL (Tino Gomes- Georgino Jr.)
10. QUESTÃO DE FÉ (Tino Gomes- Jorge Fernando dos Santos)

11. CANTOS DE CATOPÊ (Adapt. Tino Gomes)
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CINCO RIOS - DISCOGRAFIA

Cinco Rios

Cinza

Maurício - música :: João - letras
O vento dá conta
Da chuva
Um cheiro molhado
E cinza

Parece até que o sol
Cansou e não insiste em me animar
Agora deixa a chuva
Tentar me afogar e me limpar

Erro
Por toda a cidade
As gotas
Caem sem alarde

Cada grão
Que a chuva vai lavar
Cai ao chão
Mas promete retornar

O dia se desfaz
O céu está fechado

A chuva é toda cinza

Manhã que desponta
Tão limpa
O céu traz lembrança
Do cinza

O dia segue imune
Agora estou mais leve ao caminhar
A bênção desta chuva
É pouca, mas me faz continuar

Sonho
Por toda a cidade
Iludo
A dor desta saudade

Cada grão
Que a chuva vai lavar
Cai ao chão
Mas promete retornar

O dia se desfaz
O céu está fechado

O dia se desfaz
A chuva é toda cinza
O céu está fechado
O céu se fecha então

 Banda de Belo Horizonte, "Cinco Rios", na primeira audição me lembra muito da banda paulista dos anos 80 "violeta de outono" nos vocais e também nas letras.Na minha opinião a melhor banda de pop rock do Brasil! (me deu uma saudade do excelente  rock underground anos 80) .....hoje....rsrsrsrs!!!!!!!!!!!!!
 Som da banda é marcado pelo encontro de estilos e experiências musicais Muito pode haver entre águas e harmonias sonoras. Assim como a união de afluentes garante a riqueza de um rio, a confluência de estilos, ritmos e intenções melódicas concede autenticidade à música da banda mineira Cinco Rios. Músicos de formação diversa, os cinco “rios” que compõem o grupo buscam, através da integração de suas experiências, memórias e técnicas individuais, dar volume e personalidade a canções cuja singularidade está no encontro entre a MPB e a força do rock. Integram a banda os violonistas e guitarristas João Eduardo e Tiago Capute, o baterista Fabrício Galvani, o baixista Bruno César e o pianista e vocalista Maurício Silva Jr. Se a influência individual dos componentes vai de Chico Buarque a Neil Young, as afinidades de apreciação musical giram em torno de bandas e músicos como Radiohead, Nick Cave, REM, Coldplay, Wilco, Legião Urbana . De alguma forma, há vestígios de tais grupos no trabalho dos cinco “rios”. Trata-se de indícios que, somados às intenções pessoais, “desaguam” nas suaves e melancólicas harmonias da banda.

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CALIX - DISCOGRAFIA


Grupo de Minas Gerais com influência do Jethro Tull em algumas músicas, percebe-se pelos elementos Celtas e pela presença de flauta. No entanto, o rock britânico não é a única influência dos mineiros, o clima caracteristico do Clube Da Esquina é bem evidente.
Vocais, bateria, flauta, teclado, guitarra, baixo, violões, bandolim, música que faz sonhar, sentir o som na pele, sentir o som percorrendo o corpo, viajar. Poesia. Assim é o Cálix. Música de excelente qualidade que conquista jovens almas, rejuvenesce almas, resgata a sonoridade, pela canção, pela melodia.


Com 15 anos de carreira, o Calix é uma das bandas independentes de maior importância do nosso país, tendo vendido mais de 30 mil cópias de seus de seus 3 cds: “Canções de Beurin”, lançado em 2000 e “A Roda”, lançado em 2002, "ventos de outono ao vivo"Considerado um grupo de rock progressivo, o Calix recebeu importantes prêmios relacionados a esse gênero (como o de banda revelação, melhor cd e melhor show nacional de 2000), tendo tocado ao lado do Focus, uma das bandas mais significativas na história do rock progressivo mundial e no Rio Art Rock Festival (Rio de Janeiro), ao lado do grupo italiano “Il Baleto Di Bronzo”. A banda tem se destacado também no cenário da música mais comercial, sendo a todo momento requisitada para tocar em eventos de grande porte, ao lado de artistas nacionais consagrados. Além disso, o grupo curiosamente ficou entre os 24 classificados entre 2893 inscritos (de todo o Brasil) para o prêmio Visa MPB Compositores, realizado no primeiro semestre de 2003, comprovando a sua versatilidade.

A banda vive agora seu melhor momento, com o lançamento do DVD “Cálix Ao Vivo”. Gravado em outubro de 2006, no Grande Teatro do Palácio das Artes, o show contou com a participação da percussionista Daniela Ramos e de uma orquestra especialmente formada para o evento, regida por Rodrigo Garcia.

Nesse material audio visual de altíssima qualidade é possível constatar como a banda consegue levar o público ao delírio com sua música mágica que resgata a qualidade das harmonias e melodias de tempos mais fecundos, através de um instrumental rico e variado (flauta, violões, bandolim, guitarra, baixo, bateria, piano) e um vocal de alto nível. As 1700 pessoas que lotaram o teatro, cantam a plenos pulmões as músicas do grupo, que já recebeu também reconhecimento internacional, com cds distribuidos na Europa, Ásia, America Latina, Estados Unidos.

O DVD “Cálix Ao Vivo”, lançado em junho de 2007, foi produzido por Ivan Caiafa e dirigido por Daniel Veloso e Eduardo Zunza.
É um material que promete abalar o cenário da nossa Música Brasileira!

Sânzio Brandão - guitarra
Marcelo Cioglia - baixo
Andre Godoy - bateria, percussão
Renato Savassi - flauta, vocal
Rufino Silvério - piano, orgão

1. Dança com Devas
2. Além do Vento
3. No More Whispers
4. Kian
5. Canções de Beurin
6. O Sonho
7. Novidades
8. Pra Hoje Um Sol
9. Águas
10. Não Se Lembram do que São
11. Lanças
12. O Fortuna (Carmina Burana)
13. Faixa Surpresa

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Cálix - A Roda [2002]


Minas Gerais... Porque este estado oferece ao nosso país tanta música de qualidade? Qualidade é o que não falta ao segundo disco da banda Cálix, que se chama "A Roda". Produção nota 10, gravação nota 10, músicas e instrumentação nota 10. O disco não é 100% progressivo (padrão britânico), mas é um disco de rock progressivo 100% nacional. Não há como não se deixar levar pelas melodias de Deserto, Looking Back e Lendas do Mar e também pelas flautas, violinos e violoncelos que preenchem o CD. Um disco perfeito para uma banda de músicos afiados e que sabem o que estão fazendo. Altamente recomendado e certamente entre os 5 melhores discos de rock nacional de 2002.
Renato Savassi: voz, flauta, violão de 6 e 12 cordas, bandolim e harmônio
Sânzio Brandão - guitarra, violão de 6 e 12 cordas e guitarra slide
André Godoy - bateria, percussão, caixa de biscoito e moringa
Marcelo Cioglia - baixo, baixo fretless e vocais
Rufino Silvério - piano, teclados, harmônio, piano de armário e vocais
músicos convidados: Orquestra de Câmara Sesiminas. Regência: Marco Antônio Maia Drummond
Músicas:
Deserto - 4:40
Prá não mais voltar - 3:14
Depois da guerra - 3:46
Homens-pedra - 3:40
Sey dom - 4:12
Looking Back - 4:42
Lenda do mar - 6:16
A Roda - 4:11
Fora do mundo - 3:15
Em pedaços - 3:39
Dois rios - 2:44
Acordei devagar - 6:17
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Cálix - Ventos de Outono Ao Vivo [2007]




Por Gibran Felippe 


O grupo mineiro Cálix já possuía boa reputação no contexto progressivo brasileiro devido a agraciação por parte do público dos seus dois discos de estúdio: 'Canções de Beurin' e 'A Roda', porém com o lançamento desse dvd, alçou um vôo ainda maior, pois de imediato passou a ser sucesso de vendas e o grupo conseguiu certa projeção no cenário nacional, abrindo portas para participação em eventos gerais, não apenas os restritos ao público progressivo.
A formação para essa apresentação memorável conta com Renato Savassi - violão, flauta e vocais , Sânzio Brandão - guitarra , Marcelo Cioglia - baixo e vocais , André Godoy - bateria, Rufino Silvério - piano e teclados, além de uma bela orquestra num acompanhamento muito bem casado com a sonoridade do grupo.
O evento toma forma em tons épicos com o palco do Grande Teatro Palácio das Artes em Belo Horizonte enegrecido ao som de uma 'trombeta' sintetizada ao fundo, aos poucos tudo vai se clareando e surge imponente a figura de Renato Savassi e os acordes iniciais da primeira música, aliás inédita, chamando-se 'Kazoo', mostrando a personalidade do grupo que poderia muito bem utilizar a forma usual e abrir com uma mais conhecida do público. 'Kazoo' possui uma excelente letra e seu refrão também é muito agradável com destaque para os vocais e os rifes de guitarra em conjunto com os violinos.
'No More Whispers' surge em seguida para delírio do público, essa é um verdadeiro petardo do disco de estréia do Cálix e literalmente levanta a platéia com seus diversos fraseados melódicos. O solo de flauta do Renato e seu gestual em muito lembram o estilo do Ian Anderson, nervoso, vibrante e muito bem ritmado, provocando regozijo geral no público. Outros dois aspectos que merecem consideração é o fato dessa canção ter muito do clima de outro grande grupo brasileiro, o Aether, basta para isso ouvir 'A Brigth New Day', porém as semelhanças entre os grupos param por aí e obviamente a percussão vocal executada por Renato Savassi é um atrativo e tanto, muito curiosa, criativa e extremamente bem colocada. Depois a influência do Clube da Esquina se mostra presente na sonoridade do grupo com as baladas 'A Roda' e 'Duas Visões'.
O clima da MPB mineira e seu estilo folk continua dando o tom para 'Última Canção' e também há de se destacar reminiscências do bom e velho 14 Bis na sonoridade marcante de 'Lenda do Mar', outro destaque do segundo trabalho do grupo contendo um longo solo de flauta. Após esse interlúdio poético, eis que entra em ação uma das mais conhecidas, a sumarenta 'Dança Com Devas', num dos momentos mais emocionantes do show em que todos se levantam para cantar em uníssono com o grupo: 'Há mais de mil anos.../Singelas pessoas, mendingos e bruxos/Erravam em bandos/Em busca da fonte/..Dançavam com Devas!' Durante a execução desse número o Cálix conseguiu uma autêntica façanha, a qual seja em meados do show colocar todos de pé no teatro, algo raríssimo numa apresentação de um grupo com sonoridade progressiva, aqui incluo até mesmo os medalhões. Impossível não ficar arrepiado com os aplausos ao som da base dos violinos, a flauta do Savassi mais uma vez apresenta o fino e o piano, que ficou comedido nas músicas anteriores, largou o dedo numa quebradeira bem interessante. Vale destacar os efeitos percussivos da convidada especial Daniela Ramos, enfim, 'Dança Com Devas' ficou perfeita e fica claro o talento da banda para boas letras, algo de certa forma ausente na discografia progressiva brasileira. Acompanhando as letras com atenção, fica fácil perceber a consistência das composições.
Capa do DVD
Após a explosão anterior segue um antí-clímax no piano muito bem conduzido por Silvério, para que a platéia se assente novamente, mas não dura mais que dois minutos, já que a guitarra e a flauta entram rasgando com mais um número inédito que é excelente 'Efeito Lunar', nessa canção o grupo guarda similaridade com Camel, pois a flauta lembra o jeitão do Latimer, se distanciando do Ian Anderson que até então era o grande referencial, esse fato é positivo por mostrar a versatilidade do estilo musical do Renato Savassi. 'Ventos de Outono' é outra que possui uma letra acima da média, com destaque absoluto para Savassi que toca de forma deslumbrante sua flauta, sendo apenas acompanhado pelos outros instrumentos sem maiores variações, praticamente um número solo. Em seguida o grupo apresenta outra inédita 'Olhos Fechados', música que possui pegada semelhante ao primeiro número 'Kazoo', altamente progressiva com destaques para a orquestra que com seus metais criam um efeito contagiante, mostrando qual será a linha para um próximo trabalho de estúdio e a pensar na qualidade das inéditas, o Cálix tem tudo para brindar seus admiradores com mais um belo disco. O solo de sintetizador em meados da música é outro ponto a se destacar, além de uma dobradinha da flauta com as percussões, um dos melhores momentos instrumentais desse dvd. A curiosidade é que essa foi a música de escolha do grupo para rolar no menu do dvd, passando aquela impressão, já ouvi isso antes...
'Seu Dom' possui aquela batida tradicional da MPB, música sem maiores atrativos, ficando num patamar muito abaixo das demais e nessa execução ao vivo o grupo não modificou o seu andamento, seguindo idêntica à versão de estúdio. Logo depois temos mais dois números do disco 'A Roda', são elas 'Homens-pedra' e 'Looking Back', o destaque na primeira fica com a base de piano que em conjunto com a orquestra forma um efeito que nos remete à fase do Jethro Tull do 'Ministrel In The Galery' em que John Evan quebrava a todo instante acompanhado por violinos orquestrais, já na segundo quem dás as cartas é a guitarra do Sânzio com uma base pautada em rifes agradáveis e com solos pontuais sem exageros e nos momentos adequados, como na parte final da música em acompanhamento aos vocais, aliás se faz importante acrescentar que os vocais do Marcelo Cioglia em inglês são ótimos criando um contraponto atraente com a voz do Savassi.
Pra fechar o evento eis que surge o grande hit do primeiro trabalho do Cálix - 'Canções De Beurin' / 'Quem foi que disse que eu quero calar, deuses de pedra irão se quebrar...' e as profanas canções de Beurin é a deixa perfeita para o melhor solo de guitarra do show com Sânzio levando num timbre muito próximo ao estilo do guitarrista David Gilmour, diga-se de passagem essa composição também foge da toada do Jethro Tull e nos remete à fase 'Wish You Were Here', álbum magistral do Pink Floyd. Ao término do show surge a bandeira com a frase símbolo de Minas Gerais, 'Libertas Que Sera Tamen' mostrando todo o orgulho do público mineiro com a qualidade musical desse expoente do progressivo brasileiro, deve-se ressaltar ainda que a direção do dvd está fora de série, com todos os cortes para os instrumentos executados de forma perfeita, sem buracos, sem erros de filmagem, sem closes equivocados, nada disso, mostrando que nossos profissionais nessa área possuem um know how elevado, em nada deixando a desejar para as produções internacionais e acima de tudo conhecendo profundamente todas as músicas e seus deselances principais.
Outro diferencial desse dvd reside nos extras, algo que em itens similares da música progressiva brasileira ficam muito aquém para a produção de um tipo de mídia que possui recurso suficiente para preenchimento de curiosidades, detalhes desapercebidos e informações sobre os artistas. Nesse trabalho do Cálix os extras contam com boas entrevistas, que vão desde a formação do grupo, suas influências: Jethro Tull (a maior delas), Renaissance, Sagrado Coração Da Terra e desembocando em diversas curiosidades, sendo possível até mesmo perceber a Daniela Ramos acendendo um 'morcegão' antes da entrada no palco, bem como a regência da orquestra a cargo do guitarrista de outro grande grupo mineiro, o Rodrigo Garcia do Cartoon e claro, a simplicidade dos integrantes com aquele típico sotaque mineirinho. Esse registro documental nos extras possui o nome de Vivências, em alusão ao primeiro nome da banda, ainda bem que mudaram, pois Cálix possui muito mais força. Por fim, a nota máxima concedida nessa resenha se confirma justamente por mérito dos extras, porque como sempre diz meu amigo Renato Glaessel, o principal motivo da arte está no enlace emocional que a mesma cria com o público, não interessa aqui subterfúgios técnicos, nem a perfeição sonora, mas sobretudo a percepção sentimental que nos envolve junto com a experiência de assistir a esse belo dvd e se faz necessário confessar que o set final nos extras é pra deixar, qualquer um, que tenha afinidade com boa e honesta música, emocionado.
CD:
 01 - Zazoo – Renato Savassi, Marcelo Cioglia, Sânzio Brandão e Guga Schultze
02 - Duas Visões – Marcelo Cioglia, Renato Savassi e Marina Ferraz
03 - Deserto – Cálix e Guga Schultze
04 - Última Canção – Marcelo Cioglia e Renato Savassi
05 - Dança com Devas – Sânzio Brandão
06 - Ventos de Outono – Sânzio Brandão e Luisa Godoy
07 - Olhos Fechados – Renato Savassi e Sânzio Brandão
08 - A Roda – Sânzio Brandão e Renato Savassi
09 - Efeito Lunar – Rufino Silvério, Renato Savassi e Sânzio Brandão
10 - The Journey – Marcelo Cioglia e Rod Laender
11 - Siga o Sol – Tiago Godoy e Renato Savassi
12 - Canções de Beurin – Sânzio Brandão e Guga Schultze
13 - Trilogia – Marcelo Cioglia, Renato Savassi e Sânzio Brandão
14 - No More Whispers – Alexandre Savassi, Gustavo Temponi e Sânzio Brandão 
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